Se um dia a energia solar foi financeiramente inacessível, em alguns locais essa realidade já mudou: em países como Holanda e Alemanha, os painéis solares estão tão baratos que estão sendo utilizados como cercas de jardim, segundo o jornal “Financial Times”. A derrocada do preço se deve especialmente ao boom na produção chinesa que vem saturando o mercado global.
Embora os painéis captem menos luz funcionando como cerca em vez de estarem no telhado, o custo de instalação é mais baixo, o que tem atraído consumidores a aderirem ao formato, conforme analistas. Via de regra, os custos de mão de obra para instalar e manter os painéis solares representam a maior parte do valor do sistema. Por isso, adaptar a energia solar até como “muro” vem sendo opção.
Segundo a Agência Internacional de Energia, até o final de 2024, o fornecimento de energia gerada por painéis solares atingirá 1.100 gigawatts globalmente – cerca de três vezes a demanda atual. O movimento vem sendo impulsionado pela fabricação em excesso do produto na China.
Em paralelo, o custo da instalação do painel subiu devido ao aumento da mão de obra. Também há uma demora sistemática para os painéis solares serem conectados à rede elétrica – o que está testando a paciência de proprietários e fornecedores da indústria. A capacidade de rede em alguns países é mais baixa e é um problema que não é resolvido rapidamente.
Na Europa, segundo o FT, executivos vêm alertando para problemas iminentes, já que o setor vem sendo impactado com desemprego, falências e fechamentos de empresas no últimos meses pelo desequilíbrio entre oferta e demanda.
Ao Financial Times, a Comissão Europeia afirma que se comprometerá em “avaliar todas as evidências de práticas injustas alegadas” e melhorar o acesso dos fabricantes de painéis aos fundos da União Europeia.
Notícia: Equipe InfoMoney 04/04/2024 06h01, Imagem: Click Petróleo e Gás 04/04/2024 10:08